quarta-feira, 14 de abril de 2010

Acredito é na maioria

Semana passada aprendi algo na marra, que já deveria saber. As melhores histórias estão por aí. Na rua, fora de nossas próprias bolhas, onde vive-se de verdade.

Vi coisas, que só percebi devido minha idade. Não que eu seja uma ansiã falando mal das novas gerações. Pelo contrário, sou de uma geração nova mas que é amadurecida. Estou aqui com meus 19 anos, criticando os infelizes de uma geração mais nova que eu.

Nós, de quase duas décadas atrás já tivemos a infelicidade de conviver com valores invertidos, apatia não só politica mas também social, e mesmo que não pareça possível, as coisas estão apenas piorando para os que estão chegando. Posso estar errada ao chamar minha geração de amadurecidos. É claro que muitos permanecem na eterna infantilidade, mas acredito (ou quero acreditar) que a maioria conseguiu desinverter os valores mostrados a nós, para o convívio e para uma vida melhor.

Enfim, estava eu na frente de um supermercado famoso, em um bairro considerado de classe alta, quando uma menina que parecia ter uns 14 anos parou ao meu lado. Ela tinha na mão um guarda-chuva, que colocava na bolsa pendurada no ombro, e na outra mão um livro de história contemporânea.

Logo depois, pegou seu celular e ligou para alguém. Confesso que fiquei ouvindo sua conversa, mas somente após perceber que a pessoa com quem ela falava entusiásticamente, e não de uma maneira boa, era seu pai. Irônica, mal educada e ainda era como se seu livre-arbitrio não estivesse interligado com o de seu pai. Ela desligou e fez mais uma ligação, dessa vez para sua mãe. Se eu já estava indignada antes, a partir desse momento fiquei até boquiaberta. Irônica, mal educada, e ainda era como se ela fosse a mãe, não a filha.

Aquela situação me fez pensar. Será essa a próxima geração? Será que os valores estão se dissipando mais? E o que fazer para restaurá-los? A verdade é que a sociedade está cada vez mais individualista e mais egoísta. Espero que essa menina seja apenas o reflexo da minoria de sua geração. E só nos basta torcer para que no futuro nós não sejamos dependentes dessa minoria, e sim da maioria em que eu ainda acredito que exista.